
Fé, espiritualidade e medicina: FACERES prepara alunos para um cuidado mais humanizado
Comissão do Conselho Federal de Medicina reforça importância da espiritualidade na saúde, tema que já integra a formação dos estudantes da Faculdade de Medicina FACERES.
A espiritualidade e a fé podem ter um papel importante na saúde dos pacientes, tanto na recuperação quanto na prevenção de doenças. Reconhecendo isso, o Conselho Federal de Medicina (CFM) criou uma comissão para aprofundar os estudos sobre a influência desses fatores no processo de cuidado.
Na Faculdade de Medicina FACERES, em São José do Rio Preto – SP, esse olhar já faz parte da formação dos futuros médicos. Os alunos têm contato com conteúdos que os preparam para lidar com as questões espirituais durante o atendimento, especialmente em momentos delicados, como o fim da vida ou tratamentos complexos.




A disciplina Cuidados paliativos e Espiritualidade, ministrada no sexto semestre do curso, aborda desde aspectos éticos – como eutanásia, ortotanásia e distanásia – até a comunicação com pacientes em sofrimento e a identificação do sofrimento espiritual.
“Nos Estados Unidos, 90% das escolas médicas têm essa disciplina, no Brasil, cerca de 10% apenas das escolas trabalham esse tema. É uma necessidade grande, mas ainda pouco presente no país, porque as pessoas não pensam muito no assunto”, afirma a médica paliativista e professora da FACERES, Dra. Patrícia Cury.
Além de preparar os alunos tecnicamente, as aulas desenvolvem uma abordagem mais empática e acolhedora. Para a estudante da 21ª turma de medicina, Kauana Prevital, essa vivência é essencial. “A gente sabe que o ser humano precisa ser tratado em quatro aspectos: biológico, psicológico, social e espiritual. Essa conduta traz consistência pra gente saber lidar e abordar essas questões espirituais na hora de atender o paciente”, conta.
Os ensinamentos da disciplina ajudam os alunos a se sentirem mais preparados para situações desafiadoras no atendimento, como aborda Luiz Eduardo Silva Mendes, também da 21ª turma: “É muito bom, porque a gente já se sente mais à vontade para lidar com situações difíceis. Isso ajuda tanto agora, como estudantes, quanto no futuro, como médicos, para estarmos sempre dispostos a ajudar da melhor forma possível”, diz.
A professora Patrícia Cury destaca que a espiritualidade influencia diretamente a saúde mental e física do paciente.
“A pessoa com sofrimento espiritual questiona a própria vida, Deus, o sentido da existência. Isso afeta o emocional e, consequentemente, a imunidade e a saúde física. Por isso, é tão importante fazer essa abordagem no atendimento médico”, explica.
Além da disciplina, a FACERES conta com o FIRE FACERES, um movimento universitário que promove o equilíbrio entre a vida acadêmica e a espiritualidade. Os encontros oferecem um espaço para reflexão e crescimento pessoal dos estudantes.



“Nós procuramos avivar a geração de jovens e futuros profissionais para que eles possam incluir isso, inclusive nas suas práticas. Precisamos entender que, diante de um diagnóstico difícil, muitos pacientes recorrem à fé. Eles oram, buscam em Deus a cura, e isso deve ser respeitado e valorizado. A ciência e a fé andam juntas, e para o futuro médico, isso é fundamental”, relata a coordenadora de extensão da FACERES, Fernanda Novelli Sanfelice.