Debate sobre inclusão marca 4ª Conferência do SUS na Faculdade de Medicina FACERES

Debate sobre inclusão marca 4ª Conferência do SUS na Faculdade de Medicina FACERES

Debate sobre inclusão marca 4ª Conferência do SUS na Faculdade de Medicina FACERES

Participantes discutiram barreiras enfrentadas por pessoas com deficiência e a necessidade de profissionais mais preparados e sensíveis.

A universalidade do Sistema Único de Saúde (SUS) ainda convive com desafios importantes que dificultam o acesso igualitário à população brasileira. Barreiras culturais, estruturais, econômicas e geográficas seguem impactando, especialmente, pessoas com deficiência, grupos vulneráveis e minorias sociais.

Com o objetivo de ampliar esse debate entre futuros profissionais da saúde, a FACERES promoveu a 4ª Conferência do SUS – “Inclusão e Acesso nos Serviços de Saúde”, reunindo docentes, estudantes, representantes de instituições e profissionais que atuam diretamente com inclusão.

A conferência destacou a necessidade de uma formação médica comprometida com os princípios do SUS — universalidade, integralidade e equidade. Para a coordenadora do Programa de Integração Comunitária (PIC), professora Fernanda Novelli Sanfelice, preparar futuros médicos envolve muito mais do que técnica. “Formar médicos é, também, formar cidadãos conscientes do papel social da medicina e do compromisso de assegurar que o direito à saúde seja efetivo para todas as pessoas. Informação gera acesso ao direito, especialmente para quem tem maior necessidade”, afirma.

O encontro reuniu convidados que compartilharam experiências sobre práticas inclusivas no atendimento a pessoas com TEA, surdez, deficiência física, visual e intelectual, entre eles os professores de Libras Thiago Vechiato Vasques e Claudia Regina Domingues Gouveia; Eliana Cristina de Oliveira Olgêncio Branco, presidente da Associação Borboleta Atípica; Rute Soeiro, pedagoga da mesma instituição; Heloisa Helena Torqueto, enfermeira com atuação na APAE; e Fernanda Pereira, mãe atípica.

Para Eliana Branco, a principal barreira ainda é o desconhecimento. “A maior barreira é a falta de conhecimento. Não falamos apenas de autismo, mas de todas as deficiências que encontramos no serviço público. Capacitar os profissionais, oferecendo conhecimento real do que pode ser feito, é fundamental. Estamos ajudando a preparar médicos que vão levar essa semente para todo o Brasil”, relata.

Ela destacou que a resistência muitas vezes nasce da ausência de informação. “O preconceito nasce da falta de informação. Se despir disso, como pedimos aqui, é essencial para oferecer um atendimento de qualidade e se tornar um profissional diferenciado”, fala.

O professor de Libras, Thiago Vechiato, reforçou a importância desse exercício: “Às vezes, trazemos ideias pré-concebidas sobre surdez, cegueira ou autismo, e isso impede que aprendamos. Ao nos despirmos desses preconceitos conseguimos adquirir novos conhecimentos e atender de forma satisfatória o surdo, o cego, o cadeirante ou qualquer pessoa que precise de nós”, conta.

Os estudantes da 27turma 27, etapa 1, participaram ativamente da discussão. Para a acadêmica Melissa Amadeu, a experiência foi marcante: “Foi muito interessante. Estamos no primeiro semestre e já poder falar sobre isso fortalece a gente como pessoa e como futuros profissionais. Falta muito profissional humano hoje em dia. Ver Libras, entender como acolher um paciente surdo ou cego, nos prepara para atendimentos reais”, afirma.

Ela complementa que compreender o papel da comunicação é essencial para a segurança do paciente. “Quero aprender Libras para que o paciente se sinta seguro. Ele já chega com medo da doença e às vezes não é compreendido. É muito importante poder acolher”, observa.

Ao final do evento, Fernanda destacou o impacto coletivo da conferência: “Tivemos aqui instituições de grande representatividade, que atuam de forma ética e colaborativa conosco, enquanto instituição formadora. Esses debates e encontros são essenciais para fortalecer as diretrizes do SUS e formar profissionais preparados para atuar em realidades diversas”, conclui.

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