Avaliação Geral e Específica do Curso de Graduação em Medicina

1. Síntese da Avaliação do Estudante e Avaliação do Programa

A avaliação não se restringirá à do estudante, ou do produto e, sim, fará parte da avaliação do programa como um todo, ou melhor, dizendo, do processo de formação profissional.

Deverá se considerar como eixo central a avaliação formativa dos estudantes, permitindo que cada estudante tenha a possibilidade de resgatar conhecimentos, habilidades ou atitudes não adquiridas ao final de cada módulo ou unidade educacional, possibilitando uma recuperação em casos de insucesso, não marginalizando e sim integrando.

A preocupação fundamental será com a formação de cada estudante, e não somente com a avaliação somativa, de seus pontos e médias, por vezes, meramente punitiva ou comparativa.

Se a metodologia de ensino é nova, a avaliação do desempenho do aluno (provas, trabalhos, notas) não pode ser feita à luz de bases teóricas tradicionais e obsoletas. A avaliação, para atingir sua finalidade educativa, deve ser coerente com os princípios psicopedagógicos e sociais do processo de ensino-aprendizagem adotados.

Considerando:

  • A importância da avaliação em qualquer modelo pedagógico;
  • A necessidade do aluno de estar plenamente consciente do modo como será avaliado e entender o processo como um todo;
  • A necessidade de que a participação do aluno em todo o processo seja efetiva;
  • Que o curso de graduação almeja a formação integral do aluno, com o mesmo grau de interesse tanto para a aquisição de conhecimentos como para atitudes e habilidades;

Esse texto apresenta a seguir um conjunto de explicações possíveis para que estas metas sejam alcançadas.

2. Avaliação do Aluno

A avaliação será contínua e formativa ao longo de todo o curso. Ela será constituída por pelo menos uma avaliação somativa e uma formativa em cada componente curricular ou módulo, previamente definida e divulgada no início das aulas. 

2.1. Tutoria

Na tutoria, a avaliação formativa corresponde a 40% do peso da nota do módulo e a somativa outros 60%. Cada módulo de tutoria é independente do outro, na mesma etapa.

2.1.1. Os principais aspectos da avaliação formativa no trabalho em pequeno grupo são:

  • Na abertura do problema: comentários no estilo “feedback” com relação à participação individual dos alunos e do grupo como um todo.A participação consiste em 20% da nota de participação referente ao problema da tutoria
  • No fechamento: Uma questão aberta será aplicada antes do início do fechamento de cada problema. Trata-se de uma questão discursiva, elaborada previamente e em conjunto pelos tutores com foco em algum tema relevante dentro dos objetivos de aprendizagem em comum a todos os grupos. A correção deverá seguir o mesmo padrão para todos os grupos e os conceitos são os seguintes: incorreto, meio-certo e correto. Essa questão corresponde a 80% da nota de participação do problema.

Como fica a nota formativa da tutoria ao final do módulo? Cada problema de tutoria tem uma nota que vai de zero a 1,0 (0,2 da abertura e 0,8 do fechamento). A nota final de participação é de 40% do total, ou seja, no máximo até 4,0. Dependendo do numero de problemas do módulo, faz-se a média e calcula-se essa nota.

E se faltar na tutoria, como fica a nota? A presença do aluno conta como participação na tutoria. Ela é proporcional ao numero de aberturas e fechamento dos problemas, naquele módulo, sendo que na abertura seria 20% e no fechamento 80% . No fechamento a presença é baseada na resposta da questão aberta. Se o aluno faltar, ele terá zero. Se estiver presente, terá a sua nota baseada na nota referente a resposta da questão aberta.

2.1.2. A avaliação somativa consiste em uma prova teórica, de múltipla escolha, valendo 50% da nota e uma questão aberta,do estilo “salto triplo”, que equivale a 10% da nota.

Como é a prova “salto triplo”?

O salto triplo simula a abertura de uma mini-tutoria, mas com a diferença de que o aluno já estudou o tema. Trata-se de uma avaliação de raciocínio médico a partir do registro que o aluno faz das suas interpretações e hipóteses acerca do caso apresentado. O caso apresentado deve estar dentro do tema do módulo, mas pode conter assuntos novos para testar como o aluno buscaria as informações para esclarecer este aspecto novo. O aluno então faz um registro por escrito, que consiste da realização de um fluxograma e da elaboração de pelo menos dois objetivos de aprendizagem.

Esta avaliação será aplicada ao final da prova teórica de múltipla escolha e terá 30-40 min de duração.

Considerações práticas:

1. Fluxograma: para ser suficiente neste quesito, o fluxograma não deve ser apenas um resumo do caso apresentado; ele deve mesclar dados do caso com possíveis explicações e hipóteses, colocados de forma sequencial e organizada. Além disso, o fluxograma deve ser pertinente ao enunciado e ao caso apresentado sem conter termos ou hipóteses “deslocadas”, e da mesma forma sem omitir conceitos-chave embutidos no problema.

2. Objetivos de aprendizagem: para ser suficiente neste quesito os objetivos de aprendizagem formulados devem ter coerência com o problema e com o fluxograma apresentados, não podem ser “deslocados”. Além disso, devem ser descritos de forma clara e direcionada o que o aluno deseja buscar. Não serão aceitos termos ou questionamentos muito abertos (p.ex. “Qual o melhor tratamento?”, “Quais os diagnósticos diferenciais?”). Também não será aceito que os alunos perguntem aquilo que já deveriam saber (Ex. “Como é a fisiopatologia da insuficiência cardíaca direita?”, na prova do módulo onde este assunto foi tema de problema).

Os conceitos “suficiente ou insuficiente” serão aplicados a cada um dos dois quesitos (fluxograma e objetivos de aprendizagem). A correção do salto triplo será realizada por uma banca de pelo menos três  tutores, que devem entrar em acordo com relação aos requisitos mínimos necessários para considerar o aluno suficiente. Durante a análise da folha de abertura, os critérios pré-definidos para suficiência e insuficiência poderão ser aprimorados e aplicados de forma equânime por todos os tutores, para que não haja discrepância principalmente em relação aos alunos que foram insuficientes.

Não haverá mais fechamento do problema. A nota final da prova de salto triplo poderá ser zero, meio (0,5) ou um ponto (1,0), quando estiver completamente correta. A prova do salto triplo fará parte da prova teórica e no mesmo momento que esta ultima.

2.1.4. Nota final é igual participação na tutoria (40%) + avaliação somativa (50%) + salto triplo (10%) = 100%

2.2 – Morfofuncional

O morfofuncional também será dividido em três módulos por semestre, acompanhando o conteúdo da tutoria sempre que indicado. Consistirá de uma prova somativa, que poderá ser teórica ou prática, com peso 9,0, juntamente com uma avaliação formativa, na qual entrará a participação do aluno, com critérios previamente estabelecidos e divulgados, em cada módulo, com peso 1,0. Cada modulo do morfofuncional é independente , em cada etapa.

2.3 – Demais componentes curriculares

Todos os demais conteúdos terão avaliações somativas e formativas, a serem previamente definidas e divulgadas, no inicio de cada semestre, no plano de ensino.

2.4 – Avaliação formativa e falta

A participação dos alunos em sala de aula é parte fundamental da avaliação formativa. Portanto, a sua ausência, mesmo justificada por um atestado médico, será contabilizada dentro dos critérios dessa avaliação. Casos dentro da lei serão respeitados.

2.5 – Avaliação somativa e falta (Prova substitutiva)

O aluno, caso não puder comparecer na avaliação somativa, terá o direito de uma nova avaliação, desde que entre com o pedido na Secretaria até três dias úteis após a data oficial da realização da avaliação original. O professor, a seguir, determinará um novo dia para a realização da prova. No último módulo do semestre, as datas das provas substitutivas já estarão definidas no calendário do semestre.

3 – Critérios de aprovação

Os critérios de aprovação e reprovação são aqueles determinados pelo regimento da Faculdade Ceres. Os principais critérios são:

  • O grau numérico para aprovação nos componentes curriculares do curso é 7,0 (sete). Essa nota é composta das provas somativas e da nota de participação, quando houver.
  • Cada módulo do curso constitui um componente curricular único, ou seja, não é feita a média entre os módulos do semestre com o objetivo de ter aprovação naquele semestre.
  • O aluno que obtiver nota inferior a 7,0 (sete) em toda e qualquer avaliação do componente curricular deverá realizar uma nova prova (teórica e prática), sendo que prevalecerá a maior nota de prova (a nota de participação se manterá a mesma). Essa prova é chamada de “Prova de aceleração”, onde são reforçados de preferência os temas que o aluno teve mais dificuldade na prova original. Nas provas de tutoria, o aluno fará a prova teste e a questão aberta (chamada de salto triplo), independentemente do resultado anterior em separado dessas duas partes da prova. Caso o aluno não consiga a nota 7,0 (sete) após a segunda prova ele ficará automaticamente de exame da matéria referente a essa prova.
  • Deverá realizar exame final o aluno que obter nota maior ou igual a 3,0 e menor que 7,0, além da frequência mínima exigida nas aulas. Para aprovação no exame, a nota mínima também é 7,0 (sete), porém não há nota de participação nesta etapa.
  • Alunos podem ser reprovados por falta, independentemente de suas notas.
  • Em caso de reprovação o aluno deverá realizar a sua rematrícula para o próximo semestre somente nos componentes curriculares reprovados e irá cursar apenas esses componentes no semestre. Não é possível cursar os componentes curriculares reprovados e o semestre regular ao mesmo tempo. Em caso da reprovação ser de apenas UM componente curricular, o aluno poderá cursar o mesmo concomitantemente com o semestre seguinte, em regime especial de Dependência, com regimento próprio.

 4 – Outras avaliações

4.1. Teste de progresso

Elaborado para fornecer uma avaliação longitudinal do progresso do aluno durante o curso, em todas as áreas da ciência médica pertinentes à formação profissional. O mesmo teste será aplicado ao final de cada semestre a todos os alunos do curso de Medicina (1ª a 12ª etapa). O Teste é obrigatório a todos os alunos e será considerado item mínimo para a participação em monitorias.

5 – Avaliação do Curso

Para que o modelo pedagógico em vigor seja constantemente aperfeiçoado, o sistema de monitoramento do curso deve ser amplo, participativo, contínuo e todo informatizado, com respostas rápidas.

Essas informações serão obtidas das avaliações realizadas pelos alunos, pelos tutores e docentes nos seguintes quesitos:

  • Avaliação do professor – pelo aluno, ao final de cada módulo e de cada semestre.
  • Avaliação do curso e seus diversos componentes – pelo aluno, ao final cada módulo e de cada semestre.

6 – Revisão de Notas.

O acadêmico tem direito à verificação de notas, desde que requerida por disciplina e no prazo máximo de até 3 (três) dias úteis contados a partir da data da divulgação das notas. 

7 – Dependência e Reprovação

Em caso da reprovação ser de apenas UM componente curricular, o aluno poderá cursar o mesmo concomitantemente com o semestre seguinte, em regime especial de dependência, com regimento próprio clique aqui.

Em caso de reprovação o aluno deverá realizar a sua rematrícula para o próximo semestre somente nos componentes curriculares reprovados e irá cursar apenas esses componentes no semestre.

Não é possível cursar os componentes curriculares reprovados e o semestre regular ao mesmo tempo.

O aluno não poderá frequentar o internato caso tenha:

  • Alguma dependência, por notas e/ou por faltas
  • Por não cumprir as metas de atividades complementares
  • Por não cumprir as metas para o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)

8 – Critérios de Jubilamento e Expulsão

O aluno será jubilado/expulso da faculdade nas seguintes situações:

  • Quando ultrapassar o período máximo previsto no regimento para integralização do curso (9 anos ou 18 semestres). Este período é contabilizado entre a matrícula inicial na FACERES ou faculdade de origem e o momento previsto de conclusão do curso.
  • Quando houver reprovação por duas vezes seguidas no mesmo componente curricular.
  • Por motivos disciplinares.