Curricularização da Extensão e Linhas de Curricularização da Extensão 

 

Entende-se como curricularização das atividades de extensão o reconhecimento formal de atividades extensionistas na matriz curricular dos cursos de graduação e pós-graduação. 

A curricularização das atividades de extensão na graduação na FACERES tem como objetivos principais:  

  1. Promover atividades formativas a partir da atuação conjunta entre a FACERES e os demais setores da sociedade com vistas à transformação social; 
  2. Reforçar a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, contribuindo assim para o aprimoramento da formação acadêmica dos alunos; III. Valorizar, amplificar e aprimorar a prática extensionista na FACERES; IV. Fomentar novos temas e novas práticas de pesquisa e de metodologias de aprendizagem nos vários campos do saber 
  1. Ampliar a comunicação com os outros setores da sociedade e sua problemática, numa perspectiva contextualizada; 
  2. Formar profissionais capacitados a criar respostas para os desafios da sociedade;  
  3. Ampliar a ideia de “sala de aula”, que passa a valorizar mais amplamente a aprendizagem recíproca de alunos, professores e comunidade, em diferentes espaços e tempos fora dos muros institucionais.  

 

As atividades de extensão que poderão ser reconhecidas para fins de creditação curricular devem estar articuladas aos objetivos dos cursos e ao perfil do egresso previsto no PPC. 

Somente serão consideradas ACEs aquelas em que houver a participação do aluno como protagonista, na organização e/ou execução da proposta apresentada. 

As atividades de extensão devem compor, no mínimo, 10% (dez por cento) do total da carga horária curricular estudantil do curso de graduação, ou seja, a soma das horas dos componentes curriculares, incluídos atividades complementares e estágio obrigatório.  

 

 

INCORPORAÇÃO E CREDITAÇÃO DAS ATIVIDADES DE EXTENSÃO NA MATRIZ CURRICULAR 

As atividades de extensão que serão reconhecidas para fins de creditação curricular são integrantes da matriz curricular dos cursos, que poderá dedicar toda ou parte da carga horária de um período letivo à realização de atividades de extensão, de acordo com o plano de ensino da disciplina. 

 

As atividades que fazem parte das disciplinas dos cursos devem ser registradas pelos docentes nos respectivos planos de ensino, com definição da carga horária específica de extensão, menção à atividade na ementa e previsão das datas do desenvolvimento das atividades no cronograma.  

 

As ACEs deverão figurar no plano de ensino, a depender da proposta a ser desenvolvida, como: 

  1. Atividade de Extensão:  Projetos 
  2. Atividade de Extensão: Evento 
  3. Atividade de Extensão: Curso 
  4. Atividade de Extensão: Prestação de Serviços. 

Para validação, todas as ACEs devem estar registradas e aprovadas no sistema acadêmico de extensão da FACERES.  

 

As propostas de ACEs serão apreciadas pela Coordenação do Curso, juntamente com a Coordenadoria de Extensão, com base nos pareceres emitidos.  

 

Comissão de Curricularização da Extensão  

 

Membros: 

Carla Patrícia Carlos 

Fernanda Aparecida Novelli Sanfelice 

Norma Barbosa Novaes Marques 

Tamara Veiga Faria 

Toufic Anbar Neto  

 

Descrição das Linhas de Curricularização da Extensão  

 

“A Educação deve ser compreendida em sua perspectiva verdadeira, que não é outra senão a de humanizar o homem na ação consciente que este deve fazer para transformar o mundo.” (Jacques Chonchol, 1968)  

 

Introdução 

 

Com o intuito de organizar as ações de extensão a serem desenvolvidas nos componentes curriculares do curso de medicina, com vistas ao processo de curricularização da extensão, foram elaboradas categorias norteadoras, denominadas Linhas de Curricularização da Extensão.  

As Linhas de Extensão foram elaboradas pela Comissão de Curricularização da Extensão e obedeceu a dois critérios principais: os programas, projetos e ações já vocacionados da FACERES, incluindo as ODS (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU). E também as cinco Redes Prioritárias de Atenção à Saúde do Sistema Único de Saúde (SUS), que correspondem aos principais desafios da Saúde Pública brasileira, a saber: Rede de Urgência e Emergência, Rede Cegonha, Rede de Atenção Psicossocial, Rede de Cuidado à Pessoa com Deficiência, Rede de Atenção às Doenças e Condições Crônicas.  

Para alinhamento conceitual, seguem definições importantes do Regulamento de Extensão da FACERES, pertinentes a este documento: 

  1. Programas: “Conjunto articulado de projetos e outras ações de extensão (cursos, eventos, prestação de serviços), preferencialmente integrando as ações de extensão, pesquisa e ensino. Tem caráter orgânico-institucional, clareza de diretrizes e orientação para um objetivo comum, sendo executado a médio e longo prazo”; 
  2. Projeto: “Ação processual e contínua de caráter educativo, social, cultural, científico ou tecnológico, com objetivo específico e prazo determinado”. Pode ser vinculado ou não a um programa; 
  3. Curso: “Ação pedagógica, de caráter teórico e/ou prático, presencial ou a distância, planejada e organizada de modo sistemático, com carga horária mínima de 8 (oito) horas e critérios de avaliação definidos”. 
  4. Evento: “Ação que implica na apresentação e/ou exibição pública, livre ou com clientela específica, do conhecimento ou produto cultural, artístico, esportivo, científico e tecnológico desenvolvido, conservado ou reconhecido pela Universidade”. Exemplos: campanhas em geral, campeonato, ciclo de estudos, circuito, colóquio, concerto, conferência, congresso, concurso, debate, encontro, espetáculo, exposição, feira, festival, fórum, jornada, lançamento de publicações e produtos, mesa redonda, mostra, olimpíada, palestra, recital, semana de estudos, seminário, simpósio e torneio.  
  5. Prestação de serviço: “Realização de trabalho oferecido pela Instituição de Educação Superior ou contratado por terceiros (comunidade, empresa, órgão público, etc.); a prestação de serviços se caracteriza por intangibilidade, inseparabilidade processo/produto e não resulta na posse de um bem”. 

Assim, neste documento serão descritos a seguir os objetivos e sugestões de temas em cada linha de extensão proposta para institucionalização da 

Curricularização da Extensão.  

 

Linhas para curricularização da extensão 

 

Urgência e Emergência 

Para esta Linha de Extensão, podem ser considerados ações de prevenção, promoção, vigilância e educação permanente em Urgência e Emergência. Além de conteúdos que possam mobilizar conhecimentos dos estudantes e ações a partir das seguintes Linhas de Cuidado:  

  1. Linha de Cuidado Cardiovascular: foco na atenção ao Infarto Agudo do Miocárdio.  
  2. Linha de Cuidado Cerebrovascular: foco na atenção ao Acidente Vascular Cerebral.  
  3. Linha de Cuidado do Trauma: foco na atenção ao Politrauma. 

 Agregam-se a essa Linha de Extensão ações relacionadas à Atenção Domiciliar para casos de urgências e emergências e aos Serviços de Atendimento Móvel às Urgências, tais como SAMU e Centrais de Regulação de 

Urgências Médicas.  

 

  • Saúde Mental 

Ações específicas para Linha de Saúde Mental podem ser propostas tendo em vista sua relevância social e sanitária. Diversas são as propostas de temas para o desenvolvimento de ações extensionistas nos componentes curriculares, dentre elas, sugerem-se:  

Reforma Psiquiátrica Brasileira, cuidado em saúde mental na atenção básica: matriciamento em saúde mental às equipes de atenção básica, Política Nacional de saúde mental e nas diretrizes da Política Nacional sobre drogas. Rede de atenção psicossocial (RAPS), ações terapêuticas comuns em saúde mental aos profissionais da atenção básica, instrumentos de abordagem terapêutica na atenção básica (acolhimento, mediação de conflitos, grupos de saúde mental, intervenções breves aplicadas à prevenção e promoção em saúde mental: modelo Frames e Integrado de Mudança, intervenções terapêuticas na atenção primaria a saúde: terapia de resolução de problemas, terapia comunitária. Determinantes sociais em saúde mental, níveis de prevenção e Promoção em saúde mental na atenção básica a saúde: Especificidades do cuidado em saúde mental para crianças e adolescentes na Atenção Básica. Problemas da infância e da adolescência, Família e sofrimento psíquico: Abordagem familiar. 

 

  • Saúde da Mulher, Recém-Nascido, Criança e Adolescente 

 

Para esta Linha de Extensão esperam-se que sejam desenvolvidas ações com foco em Pré-Natal; Parto e Nascimento; Puerpério e atenção integral à saúde da mulher, da criança e do adolescente.  

Como referência para o desenvolvimento das ações para esta Linha, segue conteúdo específico desenvolvido pela IFF/FIOCRUZ/MS

Saúde da Mulher:

Atenção ao Recém-nascido

Saúde da Criança

A atenção à saúde do adolescente pode ser pensada a partir de alguns temas estruturantes para atenção integral: participação juvenil; equidade de gêneros; direitos sexuais e direitos reprodutivos; projeto de vida; cultura de paz; ética e cidadania; igualdade racial e étnica. 

 

  • Doenças Crônicas Não Transmissíveis e Saúde do Idoso 

Para esta Linha é necessário considerar o perfil epidemiológico e demográfico brasileiro no qual se evidencia o acentuado e rápido envelhecimento da população, com aumento significativo da expectativa de vida nas últimas décadas. De acordo com o Censo de 2010, 10% da população brasileira contava com mais de 60 anos, o que significa mais de 20 milhões de pessoas (IBGE, 2010). Este processo de transição demográfica e epidemiológica representa um deslocamento da carga morbimortalidade das doenças transmissíveis para as crônico-degenerativas, exigindo ações e estruturação dos serviços de saúde adequadas para este cenário.  

Neste sentido, são esperadas ações que perpassem desde o envelhecimento da população, saúde da pessoa idosa, doenças crônicas, na perspectiva da prevenção, promoção e educação permanente em saúde.  

 

  • Atenção à Pessoas com Deficiência 

Tomando como base a Rede de Cuidado a pessoas com Deficiência, esta linha tem como objetivo abarcar conteúdos prático-pedagógicos no sentido das necessidades de saúde integrais de pessoas portadoras de deficiência. 

Sugerem-se os seguintes eixos temáticos:  

  • Aspectos sociais e demográficos da Pessoa com Deficiência no Brasil. 
  • Contexto histórico e direitos da Pessoa com Deficiência. 
  • Plano Viver sem Limite: Plano Nacional de Direitos da Pessoa com Deficiência – Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência. 
  • Componentes e Organização da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência. 
  • Implementação da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência. 

 

Sugestões de etapas:  

Objetivos do Desenvolvimento Sustentável 

  • Outros 

 

Na presente linha enquadram-se programas, projetos, cursos, eventos; prestação de serviços à comunidade que, em princípio, não se adequem nas linhas desenhadas inicialmente. De acordo com a relevância dos temas propostos nesta linha, estes poderão configurar uma nova Linha de Extensão, como por exemplo, Doenças Transmissíveis