
Projeto de extensão da Faculdade de Medicina FACERES leva orientação sobre câncer de pele ao Instituto dos Cegos de São José do Rio Preto
Atividade contou com informações acessíveis, atendimentos e entrega de protetores solares com etiquetas em braile.
Um projeto de extensão realizado pela Faculdade de Medicina FACERES, em parceria com a Liga Acadêmica de Dermatologia e Queimaduras (LADERMQ), levou informação, acolhimento e cuidados em saúde para pessoas com deficiência visual no Centro de Reabilitação Visual – Instituto dos Cegos de São José do Rio Preto.
A atividade teve como foco a orientação sobre o câncer de pele para pessoas cegas ou com baixa visão, reunindo atendimento especializado, escuta sensível e iniciativas de acessibilidade. Os participantes receberam orientações sobre cuidados com a pele e fatores de risco.




A ação foi orientada pela médica dermatologista e docente da FACERES, Dra. Thalita Lima Ferreira. A especialista destacou a importância de adaptar o conhecimento médico a públicos muitas vezes esquecidos pelas campanhas de prevenção. “Quando pensei no projeto, me questionei: como orientar sobre sinais suspeitos de câncer de pele, como o ABCDE do melanoma, para quem tem deficiência visual? Como descrever o que é uma pinta irregular para quem não pode enxergá-la?”, explicou.
Com essa preocupação em mente, a equipe da FACERES, com o apoio da marca La Roche-Posay, distribuiu protetores solares com etiquetas em braile, permitindo que os participantes identificassem o produto, o fator de proteção solar e outras informações importantes. “Foi um carinho da equipe do Instituto dos Cegos com a nossa equipe e os parceiros. Essa adaptação é fundamental para que todos tenham acesso à informação e à prevenção”, completou Dra. Thalita.
Mais do que receber os produtos, os participantes puderam aprender formas de cuidado e estratégias para buscar ajuda na identificação de possíveis alterações na pele. “Mesmo que a pessoa não consiga enxergar uma lesão, ela pode contar com cuidadores, familiares ou pessoas próximas para descreverem algo fora do padrão. A ideia é que a informação chegue a todos, e que ninguém fique de fora do cuidado”, ressaltou a docente.
Para Camila Silva Torres, assistiva do Instituto Riopretense dos Cegos Trabalhadores e uma das participantes da ação, a experiência foi transformadora. Ela vive com albinismo, condição que aumenta a sensibilidade ao sol, e sempre teve dúvidas sobre suas pintas e riscos associados. “Às vezes, quem tem deficiência visual não consegue se autoexaminar. Mas ali, com as orientações que recebemos, aprendemos como pedir ajuda, como explicar o que pode ser diferente. Isso foi muito importante pra mim”, contou.
Um projeto que une empatia e responsabilidade social para levar mais saúde a quem mais precisa — com acessibilidade, respeito e acolhimento.



