Jornada dupla: estudantes de medicina que também são mães

Jornada dupla: estudantes de medicina que também são mães

Reportagem da TV FACERES retrata trajetória de estudantes de medicina que, além de enfrentar os desafios acadêmicos, equilibram a maternidade com determinação e amor

Na trajetória acadêmica de medicina, onde as demandas são intensas e os desafios constantes, algumas mulheres enfrentam uma jornada ainda mais complexa: a maternidade. Entre cadernos, plantões e aulas práticas, elas equilibram o aprendizado das ciências médicas com a dedicação à família.

Nessas jovens mulheres, a determinação se mistura com a saudade longe de casa. Muitas vezes, a mente se divide entre os livros, os cadernos de anotações e a imagem sorridente de seus filhos.

Camila Resende Alves, estudante de medicina, compartilha sua experiência de equilibrar os estudos com a maternidade. “Eu moro a praticamente 200 km da cidade onde fica a FACERES e eu não tive a oportunidade de fazer minha primeira graduação, mas depois que eu tive meus filhos, encontrei neles a coragem para recomeçar os estudos. As crianças são a grande inspiração para tudo. Nas semanas mais intensas na faculdade, correria, estudos, provas, são sempre eles que me alimentam. Então a gente fica nesse vai e vem, o coração fica muito apertadinho de saudade, mas entendemos que, persistindo nessa jornada, temos a condição de realizar vários sonhos, e é isso que nos move”, diz Camila.

Maria Vitória Krahl, aluna da 19ª turma de medicina, engravidou no segundo ano da graduação. A chegada do Teodoro trouxe muitos desafios, mas também foi uma oportunidade de crescimento pessoal e profissional. “Ser mãe para mim já era um sonho, e eu sabia que teria que vir junto com o meu segundo sonho, que era ser médica. Então, eu tinha consciência que, em algum momento do curso, isso aconteceria e que a jornada seria mais difícil, pois exige muita disciplina e dedicação.

Durante a gravidez do Teodoro, tudo mudou. Nesse trajeto, é muito importante falar das pessoas que tornaram essa caminhada mais leve no sentido de apoio. Na faculdade, os professores sempre apaixonados pelo Teodoro, e isso pra gente é uma felicidade muito grande. Minha rede de apoio é fundamental nesse processo, nessa trajetória dupla de ser mãe e ser estudante de medicina”, conta Maria Vitória.

Poliana de Almeida Zucatto Rissoli, também estudante de medicina, enfatiza a importância de amar o que faz para superar as dificuldades. “Primeiramente, você tem que gostar muito de cursar a faculdade, você tem que amar aquilo que faz. Eu sempre quis fazer medicina e, depois que casei, eu e meu esposo decidimos ter uma filha. Então foi tudo muito bem conversado e a gente sabia que poderia ter algumas dificuldades no meio do caminho, mas quando você faz com amor e dedicação, tudo aquilo que planeja, com certeza sai muito bem feito! Eu tento separar o tempo para estudar, o tempo para me dedicar à minha filha, brincar e passear com ela. Minha filha é quem me dá força e faz com que eu busque ser uma pessoa e uma profissional melhor todos os dias”, afirma Poliana.

Horas intermináveis na biblioteca, aulas práticas e estágios hospitalares demandam uma dedicação total. Cada página virada no livro de medicina traz a certeza de um futuro melhor não apenas para essas mães, mas também para aqueles que elas mais amam.

                                             

Enquanto equilibram os compromissos acadêmicos com as demandas da maternidade, essas mulheres desafiam estereótipos, redefinindo expectativas e demonstrando que é possível ser mãe e médica, alcançando excelência em ambas as áreas. “Antes de ser mãe, a medicina já era um sonho para mim, e agora é um sonho em que eu quero ser uma excelente médica porque tenho razões para mostrar para o meu filho e contar para ele como foi essa jornada com a força que ele me deu durante a faculdade”, conclui Maria Vitória.

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