Videoaulas sobre gravidez na adolescência alertam sobre riscos e impacto social
Material produzido por alunos do curso de medicina FACERES são disponibilizados em parceria com Instituto As Valquírias
Prevenção e acolhimento são as características das videoaulas produzidas por alunos do curso de medicina FACERES, que abordam a gravidez na adolescência. O projeto foi desenvolvido por alunos da quarta etapa da graduação, através do eixo do Programa de Integração Comunitária.
O material foi disponibilizado para a comunidade atendida pelo Instituto As Valquírias, de São José do Rio Preto. “O principal objetivo é abordar essa população, alertar sobre os riscos e falar sobre o impacto na vida social e econômica das adolescentes”, explica Fernanda Novelli Sanfelice, coordenadora da disciplina.
A adolescência é a fase que compreende a faixa etária entre os 10 e 20 anos incompletos, estima-se que no Brasil 23% da população seja de adolescentes. Dentre os problemas de saúde nessa faixa etária, a gravidez sobressai em quase todos os países e em especial, nos países em desenvolvimento. Além de gerar riscos de morte para as mães e fetos essa condição ainda impacta significativamente na vida social e econômica das adolescentes.
Para um dos alunos que participou da confecção das videoaulas, Gustavo Roberto Martins, o tema é de suma importância nos dias atuais: “A gravidez nesta faixa etária pode acarretar problemas sociais e biológicos, além de ser é apontada como uma gestação de alto risco decorrente das preocupações que traz à mãe e ao recém-nascido. Tudo foi pensado focando na estratégia de abordagem da idade do público alvo, desde a apresentação dos slides, cores e linguagem informal”, explica o estudante.
Segundo o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), das 7,3 milhões de meninas e jovens grávidas no mundo, 2 milhões tem menos de 14 anos. Essas jovens apresentam várias consequências na saúde, educação, emprego, nos seus direitos e na autonomia na fase adulta ao terem filhos tão cedo. As taxas de morbimortalidade são elevadas e chegam a 70 mil mortes de adolescentes por problemas na gravidez ou no parto.
Fernando Magalhães, psicólogo e orientador educacional que avaliou as videoaulas reforçou a importância do tema: “É extremamente pertinente e o público alvo realmente necessita de orientações científicas de maneira objetiva através de recursos audiovisuais que são condizentes com a idade destes adolescentes. Observei o quão comprometidos os alunos estavam, assim como, foi visível a empatia frente adolescentes em situação de vulnerabilidade”.
A atividade tem grande impacto nos futuros médicos, pois, serão situações que terão que lidar em campo e é um problema que vai além da gravidez indesejada e de risco, associada a grandes fatores biopsicossociais da paciente, do pai e dos familiares envolvidos.