NAEP – NÚCLEO DE APOIO EDUCACIONAL E PSICOLÓGICO

Fundado em 2016, o NAEP é um espaço para atendimento aos alunos da Faceres. O Núcleo oferece acolhimento psicológico, atendimentos individuais, grupos psicoeducativos e vivenciais, com o intuito de atingir as mais variadas demandas emocionais dos discentes e oferecer suporte emocional neste período da vida universitária. Também oferecemos atendimento em Pedagogia, para dificuldades de aprendizagem que possam surgir, mas especialmente, formas de estudo, gerenciamento e organização do tempo de estudo.

PÚBLICO ALVO:

Alunos do curso de medicina da FACERES

HORÁRIOS DE ATENDIMENTO:

Segunda a quinta-feira: 7h às 18h.

Sexta-feira: 7h às 16h45

Os atendimentos são realizados com hora marcada.

LOCAL:

1º andar, ao lado da sala 8.

EQUIPE:

Coordenador e Pedagogo: Felipe Colombelli Pacca

Psicólogas:

Fernanda do Nascimento Pessatto Quessada

Patrícia Ramos Angeloni

Elina Barros Ceribelli Carreira

Michele Frigerio

 

FALE CONOSCO:

WhatsApp do NAEP: (17) 3201-8208

Contextualização

Sabemos que a passagem da adolescência para a vida adulta, envolve transformações orgânicas significativas onde o desenvolvimento cognitivo e principalmente o emocional não acompanham com tanta rapidez. E é justamente nesse processo que o jovem ingressa no curso superior, trazendo consigo muitos conflitos de ordem emocional, social e político que podem ter consequência direta no seu desempenho acadêmico. Somam-se a isso, alguns fatores dentre outros, a passagem do Ensino Médio para o Superior; as expectativas que trazem da nova vida; o desconhecimento da vida escolar universitária bem como a dificuldade de adequação ao novo ritmo de estudo; separação da família e mudança de cidade; novos relacionamentos; futuro profissional e mercado de trabalho. Mais especificamente no caso do estudante de medicina, se agregam fatores tais como angústia frente a morte, impotência frente a cura, drogas, que podem levar a um sofrimento psíquico, levando muitas vezes à depressão, suicídio, etc. Portanto, é visível a importância de um serviço de apoio ao aluno, bem como reflexões sobre a sua existência e operacionalização.

Neste contexto, o processo de ensino-aprendizagem, em que se envolvem as instituições de ensino superior (IES), apresenta diversas dificuldades de análise e acompanhamento, dadas as constantes mudanças políticas, sociais e científicas da sociedade. O que antes era tido como sinônimo de educação, com professores detentores do saber, hoje se transfigura em modelo ultrapassado. O aluno é agora o protagonista de seu aprender. Ele deve ser autônomo para garantir que sua formação seja realizada plenamente. No entanto, as dificuldades encontradas neste processo necessitam direcionamentos que, muitas vezes, não dependem somente do aluno, mas sim de um ambiente que propicie seu desenvolvimento cognitivo, afetivo e social.

O perfil do ingressante na Faceres apresenta alunos entre 17 e 20 anos em sua maioria absoluta, vindos muitas vezes de outras cidades, outros Estados, sem ao menos ter um único conhecido no novo ambiente. Eles são obrigados a morar sozinhos e encarar as dificuldades de uma vida adulta, e ainda devem interiorizar uma nova maneira de formação, centrada em sua própria autonomia.

Como parte de uma possibilidade de auxilio, orientação e segurança (cognitiva, social, psíquica e afetiva) para os alunos da Faceres, o Núcleo Docente Estruturante do curso de Medicina determinou a criação de um Núcleo de Apoio Educacional e Psicológico (NAEP) para a Faceres, com o objetivo de incrementar o processo de ensino-aprendizagem e atendimento aos alunos em suas necessidades individuais e coletivas, e também sociais, emocionais, científicas, vocacionais e profissionais. Busca-se um ambiente de facilitação e mediação da aprendizagem, de relacionamento, de trabalho em time, de postura profissional e de acesso à informação científica atual, amparando a comunidade discente e docente e fomentando a formação da consciência acadêmica.

O apoio psicopedagógico, realizado de modo profissional e ético, que envolva a participação ativa do acadêmico, busca prevenir e tratar os problemas que surjam quer ao nível de seu desenvolvimento pessoal, integração escolar e social em geral e sucesso no desempenho acadêmico, resultando com isso:  maior facilidade de relacionamento, descoberta de habilidades que contemplem o aprendizado e trabalhar de forma eficaz o gerenciamento de emoções.

Propõe que os alunos possam tomar contato com problemas reais da vida acadêmica, e oferecer-lhes, em primeiro lugar, recursos que os ajudem no desempenho de sua atividade educativa; e, em segundo, a compreensão da intersubjetividade entre aluno-professor-disciplina, em situação escolar que resulta de um complexo conjunto de influências psicológicas, sociais, formais e informais. O fundamento do trabalho do NAEP Faceres é a tarefa educativa, na confiança, na aceitação e na compreensão dos conflitos dos alunos, para que os mesmos se sintam capazes de desenvolvimento pessoal e se encaminhem para a auto realização.

 

Origens

De acordo com Rodrigues (2002), no final do século XIX, as escolas médicas dos EUA começaram a valorizar os modelos de ensino que envolviam pesquisa, tecnologia e superespecialização, assim como a separação do ensino básico do clínico, forjando assim o chamado “modelo americano”. Alguns anos depois, já no século XX, questionamentos sobre o modelo americano surgiram e novas ideias e modelos educacionais para medicina foram sendo difundidas, entre elas a prática do Problema Based Learning (PBL). As metodologias ativas começaram a ser utilizadas no processo de ensino-aprendizagem médico, o que fez surgir diversas inovações no processo de graduação médica.

O aluno, nesse processo, tornou-se o protagonista de sua formação. Isso, somado à precoce idade com que ingressam na vida acadêmica médica, ainda vivenciando problemáticas da própria adolescência, faz com que haja necessidade de acompanhamento e, até mesmo, algumas intervenções com os ingressantes e graduandos, visando garantir que o processo de ensino-aprendizagem ativo seja eficiente e realizável. Pimenta (2002) afirma que “o ensino na universidade, por sua vez, constitui um processo de busca, de construção científica e de crítica do conhecimento produzido, ou seja, ao seu papel na construção da sociedade”.

Assim, de acordo com Lima e Rovai (2015), o determinismo abre espaço para o indeterminado, ou seja, a relação causa-efeito fica confusa, pois não é fazer nenhuma previsão, apenas uma probabilidade de previsão. Isso abre espaço para que algo novo sempre surpreenda o processo, fazendo com que haja descontinuidade do processo que foi planejado e, consequentemente, necessidade de mudança e adaptação ao processo de ensino e aprendizagem. Para os alunos, algo que era, na maior parte das vezes, durante sua formação escolar básica, “entregue” a ele (conhecimento), na graduação isso já não o é. O que era objetivo, torna-se subjetivo. O aluno/observador torna-se protagonista da objetividade, fazendo com que seja preciso separar as articulações pedagógicas que necessita para desenvolver sua vida na faculdade.

Dessa maneira, entende-se então o processo de graduação médica como um processo que exige mudanças de comportamento, de atitude e de formação dos estudantes, o que causa, em muitos casos, desconfortos. Somado ao processo de formação, na realidade de Faceres, em muitos casos, os alunos ainda precisam lidar com uma independência financeira e social, em uma nova cidade e distante de seus familiares, muitas vezes morando sozinhos a partir dos 17, 18 anos de idade. Cataldo Neto e outros (1988), afirmam que “a literatura mostra que o período de graduação médica merece reflexões sobre intervenções possíveis para minimizar efeitos negativos ou mesmo reverter prejuízos causados por esse ambiente estressor”. Vale ressaltar que o estresse mobiliza uma resposta, física ou emocional, provoca no indivíduo uma modificação para levá-lo à adaptação. Isso é necessário e saudável; o problema começa a existir quando os eventos estressores se tornam ou muito frequentes ou muito intensos, levando a adaptações contínuas, com alterações do organismo que excedem sua capacidade de recuperação.

Entre os diversos fatores de estresse durante a graduação médica, podem ser citados, de início, a competição no processo seletivo, aparecendo depois a sobrecarga, dificuldade na administração do tempo, o individualismo, a grande quantidade de atividades e pouco tempo para o lazer, a responsabilidade e expectativas sociais do papel do médico. Outros fatores são o contato com a morte e inúmeros processos patológicos, o exame físico em um paciente, o medo de adquirir doenças e de cometer erros, além do sentimento de impotência diante de certas situações (BENVEGNÚ; DEITOS; COPETTE, 1996; FIOROTTI et al., 2010).

Nesse sentido, uma instituição de ensino médico comprometida com a formação de seus estudantes, precisa acompanhar, orientar, avaliar e direcionar o processo de formação de seus estudantes, não apenas prezando pelos conteúdos curriculares e atividades formativas, mas também em acompanhar o aluno enquanto indivíduo, com dificuldades, angústias e problemas, inclusive se aprendizado. Para Bortolanza (2002), “construir o equilíbrio entre a esfera dos interesses e necessidades individuais e as exigências da coletividade é construir um cidadão para o mundo”. Assim, faz-se desenvolver programas que possibilitem desenvolver o potencial coletivo e individual dos alunos, compreendendo e buscando prevenir os possíveis fatores estressantes, que possam interromper ou dificultar o processo de ensino-aprendizagem.

Espera-se, de acordo com Gomes (1999) que os caracteres preventivos, a promoção da saúde psicológica e do bem-estar subjetivo, sempre norteiem a ação profissional do mediador, evidenciando a necessidade de respeito ao aluno, enquanto indivíduo. Conclui-se que há necessidade de um espaço que possibilite ao estudante um ambiente seguro, que o auxilie individualmente, orientando-o e acompanhando-o, sempre que necessário.

 

Objetivo

O NAEP (Núcleo de Apoio Educacional e Pedagógico) atua no desenvolvimento de um programa de atendimento especializado ao corpo discente para acompanhar o aluno de graduação durante a sua formação acadêmica, facilitando sua integração à Faculdade e favorecendo uma educação não apenas técnica. Todos os ingressantes no curso, calouros e transferidos, são convidados a uma entrevista individual com a equipe, para conhecimento de ambas as partes, verificação da necessidade de nivelamento e orientação.

 

Funcionamento

A equipe do NAEP é constituída por:

FunçãoAtividades desempenhadas
Coordenador GeralAcompanhar e orientar as ações do NAEP Faceres, objetivando o atendimento aos alunos e o desenvolvimento de ações de acompanhamento estudantil aos estudos; organizar atividades de desenvolvimento profissional aos membros do NAEP.
PedagogoAtualizar o NAEP Faceres com informações sobre processos e procedimentos de ensino-aprendizagem que sejam eficientes e aplicáveis à realidade da Faceres. Coordenar as ações de nivelamento de alunos transferidos e organizar e desenvolver grupos de incentivo à escrita científica.
PsiquiatraAtender os alunos em situação de estresse grave; orientar os docentes da faculdade sobre indícios que os alunos em situação de estresse grave podem apresentar; orientar os demais profissionais do NAEP Faceres sobre procedimentos para reconhecer problemas de comportamento e outras situações graves de estresse e dificuldades de aprendizagem
Psicólogo – AtendimentoAtender os alunos com dificuldades para estudo ou para relacionamentos social; atender a demanda espontânea de procura do alunado ao NAEP Faceres
SecretariaOrganizar agenda e atendimento de alunos pelos profissionais

Os alunos recebem atendimento individual durante um semestre, de acordo com a necessidade e avaliação dos profissionais. Além do atendimento individual, o NAEP também oferece atendimento em grupo. Todos os calouros são convocados para uma entrevista inicial no início do curso. Além disso, grupos de apoio e atividades de extensão também são desenvolvidos.