Faculdade de medicina FACERES realiza a 1ª Jornada de Saúde dos Povos Indígenas com diálogo e formação para atendimentos humanizados
A faculdade de medicina FACERES promoveu a 1ª Jornada de Saúde dos Povos Indígenas, um evento inédito no noroeste paulista, que proporcionou um espaço de diálogo entre alunos, professores e lideranças indígenas. O objetivo principal foi discutir as realidades enfrentadas por essas comunidades e preparar futuros médicos para atender com excelência os povos originários, respeitando suas particularidades e necessidades.
Araré Carvalho, professor da FACERES e organizador do evento, destacou a importância de entender as especificidades dessa população:
“É fundamental que o enfrentamento das questões de saúde indígena leve em consideração suas particularidades. A atenção à saúde deve ser diferenciada, conforme previsto no Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (1999) e na Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas (nº 9.836/2002)”, afirma o professor.
Promovendo interação entre estudantes e profissionais da saúde com lideranças indígenas, a jornada também teve como objetivo sensibilizar os futuros médicos para a importância de uma abordagem diferenciada e humanizada no atendimento às comunidades indígenas.
Dr. Toufic Anbar Neto, diretor da FACERES, reforçou a relevância dessa formação para os alunos:
“É importante que os estudantes compreendam as especificidades dessa população. Esse conhecimento será um diferencial quando se depararem com essas situações em sua vida profissional.”
Lideranças indígenas também participaram ativamente, compartilhando seus saberes e perspectivas. Idiane Crudza, do povo Kariri Xocó, comentou:
“Estamos compartilhando nosso conhecimento natural. A ciência é importante, mas é preciso respeitar e buscar aliança com os saberes tradicionais”, reitera.
Vanessa Martins de Campos, aluna de medicina, ressaltou o impacto do evento na formação de uma prática médica mais humanizada:
“Esse tipo de evento nos ajuda a reconhecer essa população com uma educação mais igualitária, garantindo um atendimento humanizado e bem qualificado”, diz a estudante.
Gizele Juá, do povo Kixelô Kariri, complementou:
“O médico precisa ter abertura para entender a realidade cultural, permitindo um tratamento humanizado e integral, considerando os desafios da população indígena”, conclui.